domingo, 19 de junho de 2011

Pastoral do Batismo - Sugestões de textos para palestras

PRIMEIRA PALESTRA
ASPECTOS HISTÓRICOS ETEOLÓGICOS DO BATISMO

TÓPICOS DA PALESTRA:

1.  Explicação clara sobre o que é um Sacramento e quais são os Sacramentos;

2.  Explicações sobre o que é o Sacramento do Batismo;

3.  Leituras bíblicas onde sejam apresentados e explicados o trabalho de João Batista e o Batismo de N. S. Jesus Cristo, e outras leituras sobre o tema que se julgue necessárias, a exemplo de  Mt. 3, 1-17  e  Jo. 3:1-15.

4.  Considerações especiais sobre a pessoa de João Batista e a pessoa de N. S. Jesus Cristo – figuras especiais no sacramento do Batismo;

5.  Leitura que apresente a Instituição do Batismo (Mat.28,16-20);

6.  Apresentação clara da diferença entre o Batismo de João Batista e o Batismo instituído Por N. S. Jesus Cristo (At 19);

7. Outras informações sobre batismo, ação dos padrinhos e batismo de Crianças.

  Explicitando:

1.    Explicação clara sobre o que é um Sacramento e quais são os Sacramentos

Jesus Cristo redimiu o mundo com a Sua Morte e Ressurreição, e instituiu a Santa Igreja, Seu Corpo Místico. Ele deu a seus Apóstolos, hoje os nossos Bispos, a missão de levar a salvação a toda humanidade, pela pregação do Evangelho e celebração dos Sacramentos.

Quando a Igreja nos alcança, é Cristo que nos alcança; quando a Igreja nos perdoa pela Confissão, é Cristo que nos perdoa...; isto é, a Igreja é a portadora e administradora da salvação, através dos Sete Sacramentos que ela ministra em nome de Jesus.

      O QUE SÃO OS SACRAMENTOS?

1.  Os Sacramentos são sinais eficazes da Graça divina;
Também podemos dizer que:
2.  Os Sacramentos são canais da Graça de Deus, por onde flui a salvação.
A santíssima humanidade de Cristo é o grande sinal eficiente, transmissor da graça; também a Igreja, como Corpo de Cristo prolongado na história dos homens (cf. Cl 1,24) e a Liturgia, com seus ritos sagrados, continua essa função.
O Cristianismo não é apenas uma filosofia religiosa, mas é uma comunhão de vida com o próprio Deus da maneira que Ele estabeleceu pelos Sacramentos.
Eles se relacionam intimamente com Cristo, com a Igreja e com toda a Liturgia. Há em todos eles um denominador comum, que é o conceito de sinal eficiente ou sinal que realiza o que ele assinala.
Todo Sacramento é um sinal, que não apenas assinala, mas que realiza o que assinala; assim, a água do Batismo indica a purificação da criança ou adulto e a realiza. Os Sacramentos dão continuidade à santíssima humanidade de Cristo, que assinala e realiza a salvação dos homens.
Cada Sacramento consta de matéria (água, pão, vinho, gestos...) e forma, que são as palavras proferidas sobre a matéria, declarando o sentido da mesma: “Eu te batizo...ou na Santíssima Eucaristia: Isto é o meu corpo...”
Os Sacramentos agem “ex opere operato”, que dizer, pela força do próprio rito, independente da santidade do ministro; em outras palavras, é Cristo quem ministra todo e qualquer Sacramento, pois Ele é o único Sacerdote do Novo Testamento; os demais ordenados são seus ministros, como disse S. Tomaz de Aquino.
Se os ministros tiverem sido validamente ordenados pela Igreja e ministrarem os Sacramentos com a mesma intenção que Cristo fez, então, participam do único Sacerdócio de Cristo e sua ação é eficaz.

Todo Sacramento produz dois efeitos:
1.  O caráter -  O caráter é uma marca, um selo espiritual que é impresso na alma do cristão pelos três Sacramentos que não podem ser repetidos: Batismo, Crisma e Ordem.  Os demais Sacramentos imprimem um “quase-caráter”; por exemplo, o vínculo conjugal para os validamente casados. Esta marca (o caráter) significa uma pertença a Cristo, e não depende das disposições morais da pessoa que recebe o sacramento.
2.  A graça Santificante - comunicada pelo Sacramento é a “participação na vida divina” de que falou S.Pedro (1Pe 1,4), que a pessoa pode não receber se põe obstáculo a ela. Por exemplo, se alguém comunga em pecado grave, ou se não crê na Eucaristia, mesmo assim recebe o verdadeiro Corpo de Cristo, mas não recebe a graça. Por isso os frutos dos Sacramentos dependem do esforço de conversão da pessoa; das suas disposições interiores.

Comentários sobre os sete Sacramentos da nossa Igreja
 Há na nossa Igreja sete Sacramentos: O Batismo, a Eucaristia, a Crisma ou Confirmação do Batismo, a Penitência ou Confissão, a Ordem, o Matrimônio e a Unção dos Enfermos.

Os Sacramentos encerram em si todas as graças que precisamos durante a vida para que a imagem de Cristo seja formada em nós:
1.  O Batismo que nos faz renascer, numa vida nova, de Filhos de Deus;
2.  A Eucaristia, que é remédio e sustento para a caminhada, e que nos garante a vida eterna;
3.  A Crisma ou Confirmação do Batismo, que nos dá, pelo dom do Espírito Santo, a maturidade espiritual e a força para viver e testemunhar a fé;
4.  A Penitência ou a Confissão, que é o remédio que cura a alma;
5.  A Ordem, que é vocação à vida Espiritual e religiosa;
6.  O Matrimônio, que é vocação à família no amor;
7.  A Unção dos Enfermos, que nos cura ou nos prepara para o desenlace final.
Assim, os Sacramentos nos acompanham em toda a vida, para que possamos chegar ao estado de homem perfeito.

2.Explicações sobre o que é o Sacramento do Batismo;

O QUE É O BATISMO?
*   Batismo é o sacramento comum a todos os cristãos.
*    É o Sacramento da fé,
*   É o Sacramento da vida nova em Jesus Cristo,
*   É o Sacramento da filiação a Deus;

A Igreja administra-o segundo a missão que o Senhor nos confiou: “ Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as  em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” (Mat. 28,19);
Batizar” vem de uma palavra grega que significa “mergulhar”. Mergulhado (batizado) na morte para a salvação do mundo (cf. CIC 1225);
Quando uma pessoa não batizada dá a sua vida por Jesus Cristo (martírio), recebe o Batismo de sangue;
Fala-se também do Batismo de desejo entre os não batizados que praticam o bem, se comprometem pelo próximo, e deste modo – às vezes sem o saberem – seguem a Cristo;
Quanto às crianças que morrem sem Batismo, acreditamos que, na sua misericórdia, Deus não as abandona.

3.  Leituras bíblicas onde sejam apresentados e explicados o trabalho de João Batista e o Batismo de N.S.Jesus Cristo,  e outras leituras sobre o tema que se julgue necessárias, a exemplo de  Mt. 3, 1-17  e  Jo. 3:1-15.
Leitura Bíblica Mat. 3, 1-17 - E, Naqueles dias, apareceu João o Batista pregando no deserto da Judéia, E dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.  Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, Endireitai as suas veredas. E este João tinha as suas vestes de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre.
Então ia ter com ele Jerusalém, e toda a Judéia, e toda a província adjacente ao Jordão.  E eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados. E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus, que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura. Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; E não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão.
 E também agora está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo. E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alpargatas não sou digno de desatar; ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo. Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará.

Características observadas no batismo trabalhado por S. João Batista:
*   Era um batismo que buscava a conversão = mudança de vida;
*   Era necessário arrependimento de pecados cometidos;
*   Os envolvidos deviam confessar publicamente estes pecados;
*   Após a aceitação do que era pregado por S. João, acontecia o batismo nas águas do Rio Jordão, como sinal desse arrependimento. E assim ia se formando uma comunidade diferenciada, dos quais alguns se tornaram seguidores de Jesus Cristo.

Batismo de Jesus:

Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele. Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele o permitiu.

E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre Ele.  E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.
O batismo de Jesus tem um significado teológico-salvífico, segundo os Padres da Igreja. Este significado consiste:

Ø primeiramente, na revelação da filiação divina de Jesus mediante a voz “descida do céu”: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”  (Mt 3,17).
Ø O outro significado consiste na descida do Espírito Santo sobre Jesus, em forma de pomba. É a verdadeira unção e a sua investidura como Rei, Profeta e Sacerdote.

Jesus Cristo é batizado, e o mundo é renovado. Ele deu-nos o perdão dos pecados e das faltas. Sejamos homens novos pela água e pelo Espírito Santo.”

v Jesus, aceitando o batismo de João Batista, exprime sua solidariedade para com a humanidade, “como batismo do ‘novo povo de Deus’, o batismo da Igreja. Cristo que ‘sai da água’ é o novo povo libertado, e a libertação é definitiva. O Espírito não só desce sobre Cristo, mas permanece sobre ele.  Permanece para sempre em Cristo e na Igreja que é seu complemento.
v Jesus ao buscar o Batismo de João vinha também valorizar aquela missão de João Batista, ao tempo em que dava o Exemplo a toda a humanidade. Observe-se que Jesus centralizou sua vida entre dois batismos: Nas águas no Rio Jordão, e o Batismo no Sangue derramado na Cruz.

4.  Considerações especiais sobre a pessoa de João Batista e a pessoa de N. S. Jesus Cristo – figuras especiais no sacramento do Batismo.

João Batista

João Batista, também chamado de João, o Batista, João, o Batizador. Observe-se que da função que exercia, surge o sobrenome Batista. Nasceu na Judéia, foi um pregador judeu, do início do século I citado por alguns historiadores, entre os quais estão Flávio Josefo e os autores dos quatro Evangelhos da Bíblia.
Foi profeta e considerado pelos cristãos como o precursor do prometido Messias, Jesus Cristo. Batizou muitos judeus, incluindo Jesus, no rio Jordão e introduziu o batismo de gentios nos rituais de conversão judaicos, que mais tarde foram adotados pelo cristianismo.
O aprisionamento de João ocorreu na Peréia, a mando do Rei Herodes Antipas I.  Ele foi levado para a fortaleza de Maqueronte, na parte oriental do Jordão, onde foi mantido por meses até ao dia de sua morte.
(Mt.11,2-15) - E João, ouvindo no cárcere falar dos feitos de Cristo, enviou dois dos seus discípulos, a dizer-lhe: És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide, e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes:

“Os cegos vêm, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho. E bem-aventurado é aquele que não se escandalizar em mim”.

E, partindo eles, começou Jesus a dizer às turbas, a respeito de João: Que fostes ver no deserto? uma cana agitada pelo vento? Sim, que fostes ver? um homem ricamente vestido? Os que trajam ricamente estão nas casas dos reis. Mas, então que fostes ver? um profeta? Sim, vos digo eu, e muito mais do que profeta; Porque é este de quem está escrito: Eis que diante da tua face envio o meu anjo, Que preparará diante de ti o teu caminho.
Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João, o Batista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele. E, desde os dias de João, o Batista, até agora, se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele. Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
(Mt 14:1-13) - Naquele tempo ouviu Herodes, o tetrarca, a fama de Jesus, E disse aos seus criados: Este é João, o Batista; ressuscitou dos mortos, e por isso estas maravilhas operam nele. Porque Herodes tinha prendido João, e tinha-o maniatado e encerrado no cárcere, por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe; Porque João lhe dissera: Não te é lícito possuí-la. E, querendo matá-lo, temia o povo; porque o tinham como profeta.
Festejando-se, porém, o dia natalício de Herodes, dançou a filha de Herodias, Salomé, diante dele, e agradou a Herodes. Por isso prometeu, com juramento, dar-lhe tudo o que pedisse; E ela, instruída previamente por sua mãe, disse: Dá-me aqui, num prato, a cabeça de João, o Batista. E o rei afligiu-se, mas, por causa do juramento, e dos que estavam à mesa com ele, ordenou que se lhe desse. E mandou degolar João no cárcere.
E a sua cabeça foi trazida num prato, e dada à jovem, e ela a levou a sua mãe. E chegaram os seus discípulos, e levaram o corpo, e o sepultaram; e foram anunciá-lo a Jesus. E Jesus, ouvindo isto, retirou-se dali num barco, para um lugar deserto, apartado; e, sabendo-o o povo, seguiu-o a pé desde as cidades.


Jesus Cristo

Jesus Cristo é o filho de Deus e a segunda pessoa da Santíssima Trindade, (neste caso também Deus: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo), que veio ao mundo para pregar o Evangelho, palavra de origem grega que significa boa-nova, foi condenado à morte na cruz pelo governador romano Pôncio Pilatos, ressuscitou no terceiro dia e ascendeu aos céus, depois de haver deixado a seus discípulos a missão de difundir sua doutrina por todo o mundo, até a consumação dos séculos. O nome Jesus Cristo é composto da versão grega de dois nomes hebraicos: Jesus, de Joshua, que significa salvador; e Khristós,(ungido) de Masiah, isto é, Messias.

FILHO DE DEUS - (Lc 1:30-35) - Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus. E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.
 E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço homem algum? E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.
Sobre o assunto observe-se a Revelação por Deus com relação a filiação divina de Jesus no seu batismo, mediante a voz “descida do céu”: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3,17).
E ainda em Mat.17, 1-8, quando da transfiguração no Monte Tabor, uma nuvem luminosa os cobriu com sua sombra e uma voz, que saía da nuvem, disse: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo, ouvi-o”.

NOSSO SALVADOR - (João 3:16-18) - Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.  Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele.

5. Leitura que apresente a Instituição do Batismo  (Mat.28,16-20);
Os onze discípulos caminharam para a Galiléia, à montanha que Jesus lhes determinara. Ao vê-lo, prostraram-se diante dele. Alguns, porém, duvidaram. Jesus, aproximando-se deles, falou: “Todo poder foi me dado no céu e sobre a terra. Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos!”

6. Apresentação clara da diferença entre o Batismo de João Batista e o Batismo instituído Por N. S. Jesus Cristo (At 19);

 E sucedeu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo passado por todas as regiões superiores, chegou a Éfeso; e achando ali alguns discípulos, - Disse-lhes: Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo - Perguntou-lhes, então: Em que sois batizados então? E eles disseram: No batismo de João.
Mas Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo. E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus.
E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas, e profetizavam.  - E estes eram, ao todo, uns doze homens.

O BATISMO NAS SAGRADAS ESCRITURAS

1. Batismo de João Batista: Batismo de Conversão e Arrependimento.
Nas Sagradas Escrituras: João Batista tinha pregado um Batismo de água e de arrependimento, a fim de preparar a vinda do Messias, e Jesus quis receber este Batismo de João no Rio Jordão como: “O Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo”(Jo 1,29).

2. Batismo de Jesus Cristo:  Batismo no Espírito Santo.

Jesus deu-nos o Batismo no Espírito, a fim de que todos os homens e mulheres possam renascer da água e do Espírito para entrar no Reino de Deus (Jo 3,5).
A pregação de Pentecostes por São Pedro, em Jerusalém, vai direto ao coração de muitos ouvintes. Eles perguntam a Pedro, e aos outros apóstolos: “Que devemos fazer”?. Conforme o mandato do Senhor (Mt 28,19), São Pedro responde: “Convertei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para o perdão dos vossos pecados. E recebereis o dom o Espírito Santo”(At 2,37-38).
A nova comunidade de Deus, a Igreja, não cresce apenas entre os Judeus. Nos Atos dos Apóstolos (8,26-40), São Lucas narra a história de Filipe, um dos sete diáconos. Inspirado por Deus, vai pela estrada que conduz a Gaza. Encontra aí um homem importante, vindo da Etiópia, que regressa para casa depois de ter ido rezar no templo de Jerusalém, e que, sentado no seu carro, lê a profecia de Isaías (Is 53, 7-8). Filipe ouve o que este estrangeiro está lendo e pergunta: “Tu compreendes o que estás lendo?” – Ele responde: “Como poderia, se não há alguém que me oriente?”
Filipe explica, então, como a palavra do profeta se realiza em Jesus Cristo: Ele veio para reconciliar os homens com Deus. Foi rejeitado e aceitou o sofrimento; não se defendeu contra a morte na cruz. Foi morto como um cordeiro levado ao sacrifício. Mas Deus o ressuscitou. Está vivo. E nós somos suas testemunhas. Ele é o Salvador e Redentor. 
Aquele que acredita que Jesus é o Messias, o Senhor, e se faz batizar, torna-se um homem novo, um cristão. Pelo caminho, encontram uma nascente de água. O etíope diz: “Aqui temos água! Que impede que eu seja batizado?”. Ambos vão até a água e Filipe o batiza: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Foi este o primeiro cristão de África. São Paulo também cita o Batismo, como maneira de Renascer em Cristo morrendo para o pecado: “No Batismo, fostes sepultados com Ele, com Ele também fostes ressuscitados, porque crestes na força de Deus, que o ressuscitou de entre os mortos”. CL 2,12.

A VIGÍLIA PASCAL

O Batismo pode ser dado em todos os tempos, mas está particularmente ligado à Vigília Pascal, durante a qual se celebra a Ressurreição de Cristo.
A água batismal é benta durante a Vigília Pascal: “ Olhai agora, ó Pai, a vossa Igreja e fazei brotar para ela a água do Batismo. Que o Espírito Santo dê, por esta água,a graça do Cristo, a fim de que o ser humano, criado à vossa imagem, seja lavado da antiga culpa pelo Batismo e renasça pela água e pelo Espírito Santo para uma vida nova”. 
É também durante a Vigília Pascal que os fiéis – adultos e crianças – renovam a profissão de fé do seu Batismo.

7. Outras informações sobre batismo, ação de padrinhos e batismo de Crianças.

Resumo histórico do batismo

Rito de lavar com água simbolizando a purificação religiosa, ou consagração a Deus, era usado pelos israelitas com muita freqüência, conforme as prescrições legais que se encontram em Ex 19.4; 30.20; 40.12; Lv 15;16.26,28; 17.15; 22.4,6; Nm 19.8.  Praticavam-se ainda outras abluções, sancionadas pelo uso e costumes sociais, Mc 7.3,4; Hb 6.2.
Crêem muitos que, no tempo de Cristo, e em tempos posteriores, os prosélitos, novos convertidos do Judaísmo, eram batizados. Assim, pois, quando João Batista, o precursor, foi enviado por Deus, a pregar o arrependimento a Israel, aplicava o batismo a todos que aceitavam a sua mensagem, Jo 1.33. Este rito chamava-se batismo de arrependimento para remissão de pecados, Mc 1.4.
 Os batizandos confessavam os seus pecados e professavam a sua fé no Messias vindouro para serem perdoados por ele. Jesus Cristo veio receber o batismo das mãos de João para manifestar a sua simpatia à missão que ele exercia, como também para dar principio à sua própria missão de tomar a si as culpas da humanidade.
O modo pelo qual João batizava não é claramente descrito, porém, como Jesus entrasse no Jordão para receber o batismo, Mc 1.9,10, é provável que fosse administrado, por imersão. No princípio, os discípulos de Cristo continuaram a batizar o povo, como João havia feito, Jo 4.1,2, continuando assim a obra do Batista.
 (João 4:1-3) - Quando Jesus soube que os fariseus tinham ouvido dizer que Ele fazia mais  discípulos e batizava mais do que João  - Ainda que, de fato, Jesus mesmo não batizasse, mas os seus discípulos – deixou a Judéia e retornou à Galiléia.
Quando, porém, começou o ministério de Cristo na Galiléia, não se ouve mais falar em batismos, senão quando da partida de Jesus, depois de ressurgido, em suas últimas instruções aos apóstolos, Mt 28.19.
Cristo instituiu o batismo como o rito de iniciação na sua Igreja, a todos que o seguem. Desde o começo da pregação apostólica, este rito era administrado aos convertidos, At 2.38,41; 8.12,38; 9. 18; 10.48; 1Co 1.14,16; etc., servindo para significar a união do crente com Cristo, pelo arrependimento e fé; o perdão dos pecados pela morte de Cristo, e a operação do Espírito Santo, bem assim o voto de pertencer ao Senhor, Rm 6.4; Gl 3.27; Cl 2.11,12; 1Pe 3.21.  Conforme as instruções  de Cristo, o Batismo deve ser administrado em nome da Trindade Santa. Mt 28.16-20.
Nos tempos apostólicos, o batismo era administrado logo após a profissão de fé: anunciava-se Jesus como Senhor e Salvador e aqueles que se convenciam dessa verdade arrependiam-se de seus pecados e eram batizados (cfr. At 2,41; 8,27). O batismo de crianças é atestado a partir do século II, pois já se supunham famílias cristãs que garantissem a formação do novo batizado.
Com o tempo, passou a ser maior o interesse pela fé cristã e também percebe-se que alguns pediam o batismo por alguma vantagem pessoal. A Igreja, para fazer frente a esse desafio, instituiu um tempo mais longo – dois ou três anos – de preparação, denominado Catecumenato. Os catecúmenos – ouvintes – deviam ser instruídos nas verdades da fé.
Aquele que ingressava no catecumenato recebia um padrinho que o acompanhava especialmente para ensinar-lhe o modo de vida cristão. Era esse padrinho que testemunhava perante o bispo se o candidato vivia como cristão, se conhecia a doutrina e se já podia ser batizado. Os catecúmenos participavam apenas da primeira parte da missa.
Normalmente o batismo era ministrado duas vezes ao ano: na vigília da Páscoa e de Pentecostes. Nos primeiros tempos se batizava em águas correntes (fontes, rios, mares). Depois, nas igrejas se construíram batistérios (pequenas piscinas) onde o batizando era mergulhado. Faziam-se três imersões: ao Pai, ao Filho e a Espírito Santo. Para os doentes bastava uma infusão ou aspersão com água. Se um catecúmeno sofresse o martírio antes do batismo, o batismo de sangue substituía o de água.
Pelo ano 200 já se usavam outras cerimônias que lembram a celebração atual do batismo: imposição do sinal da Cruz, renúncia a Satanás, unção com o óleo, profissão de fé, a veste branca. Esta veste branca, sinal de que a pessoa foi revestida de Cristo, era usada por oito dias.
 Como o batismo é o sacramento da regeneração, do perdão dos pecados, alguns catecúmenos, para evitar a vida penitencial, adiavam o batismo, para perto da morte, como fez o imperador Constantino.

Que Deus nos Abençõe.

Um bom trabalho para todos.

Severino Alves

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